Hoje estou participando de mais uma blogagem coletiva do grupo de viciados em viajar em família. Adoro estes movimentos, é tão legal ter a oportunidade de ler sobre o mesmo assunto sob tantas perspectivas diferentes!
Pois o tema que nos move, neste momento, é a difícil decisão entre baixa temporada com faltas à escola ou alta temporada sem prejudicar o ano letivo. Acredito que as opiniões vão divergir bastante entre os blogs, sobretudo porque as vantagens e desvantagens têm muito a ver com a idade das crianças (ou adolescentes!).
A maioria das viagens da minha família acontecem nas férias escolares, porque isso é mais interessante para mim, do ponto de vista profissional. Como trabalho muito com crianças e adolescentes, este é o período em que eles naturalmente se ausentam, então eu acabo seguindo o calendário deles. Entretanto, em três ocasiões, Dudu acabou faltando à escola para viajar.
Na primeira, ele ainda estava na educação infantil, perto de fazer 4 anos. Fomos a Londres e ele perdeu somente 3 dias de aula, pois foi um feriado emendado. Creio que isso só seria um problema para crianças que têm dificuldades de adaptação. Este é, sem dúvida, um fator bastante relevante! Há crianças que levam 1 mês até que o responsável seja “liberado” para deixá-las sozinhas na escola. Se a viagem acontece logo em seguida (na Semana Santa, por exemplo), pode-se ter, como resultado, um retrocesso em todo esse processo. Talvez isso não seja muito bom, mesmo com todos os indiscutíveis benefícios de uma viagem em família.
Não foi o nosso caso. Viajamos em outubro e tudo o que Dudu vivenciou foi muito bem aproveitado, inclusive pela professora, que se surpreendeu com a riqueza de detalhes que ele imprimiu em seus relatos. Ele desfrutou do passeio até a última gota e ainda teve a oportunidade de contar para a turma todas as “novidades”.

A segunda vez, porém, nos levou à conclusão de que não dá mais pra perder muita aula… Foi no ano passado, Dudu no 4o ano Fundamental. Ele faltou duas semanas, pois eu e meu marido juntamos um compromisso profissional na França com turismo em Paris e na Escócia. Nosso trabalho “pegou” as duas primeiras semanas de aula, mas não tínhamos como mandar o Dudu de volta sozinho, então ele ficou por lá. Os amigos mandavam a matéria e ele fez alguns deveres, mas também brincou muito com os netos do nosso professor e “chefe”.

É óbvio que o aprendizado que ele extraiu desta experiência de convívio com crianças francesas, sem os pais colados o tempo todo, é indiscutível. Mas a carga de tarefas e matéria pra colocar em dia na volta foi muito pesada. O próprio Dudu pediu para a gente não fazer isso de novo, ele não gostaria de perder tantos dias de aula na próxima vez.

Este ano, ele também “matou” só 3 dias, pois foi com o papai jogar um torneio de futebol em Balneário Camboriú. Como as férias no Rio foram em agosto, por causa das Olimpíadas, ele teve de faltar à escola nos últimos dias de aula. Neste caso, foi zero problema. Já tinham acabado as provas, estavam todos já no ritmo dos Jogos.

Minha conclusão pessoal sobre o tema: como para qualquer assunto, temos de usar o bom senso. A partir do ensino fundamental, pode ser muito pesada para a criança a sobrecarga de acompanhar o “bonde andando” e ainda recuperar o tempo perdido. Dudu é excelente aluno e, ainda assim, foi bem puxado para ele. Na educação infantil, não vejo tanto problema, salvo nos casos, já mencionados, de grandes dificuldades de adaptação. Ensino médio… Ainda não cheguei lá, mas acho bem complicado. Pelo que observo em meus pacientes “teen“, faltar aula para viajar é algo que eles nem cogitam! A não ser que sejam 1 ou 2 dias, no máximo!
Agora, na dúvida… É bom conversar com a escola. No ano passado, assim que defini a viagem, procurei a coordenadora, expliquei que havia um compromisso de trabalho, por isso nós não tínhamos total liberdade de escolha das datas, e pedi sugestões de como Dudu poderia lidar com a situação da melhor forma possível. Ela foi super parceira, assim como as professoras e, principalmente, os amigos.
Viajar com a família é uma das experiências mais enriquecedoras da vida de uma criança, seja para outro continente ou para a cidade vizinha. Faz parte do processo de educação, assim como os hábitos e valores transmitidos em casa e o aprendizado formal na escola. O ideal, no entanto, é que uma coisa não atropele a outra. Afinal, frequentar assiduamente a escola faz parte da responsabilidade da criança (a partir de uma certa idade, é claro, não me refiro a um pequenino ainda na primeira infância!). Creio que o costume de tirar férias em pleno período de aulas pode confundir um pouco essa noção de responsabilidade.
O que você pensa sobre isso? Adoraria conhecer sua opinião. Deixe seu comentário e não esqueça de visitar os outros blogueiros participantes, que estão listados aqui embaixo e têm muita coisa interessante a dizer!
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